Animais
Mamíferos → Pipistrellus pipistrellus (Schreber, 1774)
Nome vulgar:
Morcego-anão
Família:
Vespertilionidae
Origem e distribuição:
A sua distribuição vai desde o oeste Europeu, incluindo as Ilhas Britânicas, até ao Cáucaso (região entre o Mar Cáspio e o Mar Negro), e ao sul da Escandinávia. Ocorre também no norte de África, Ásia Menor e Médio Oriente. Está presente em grande parte da Península Ibérica e nas Baleares, mas ausente das Canárias. Em Portugal apresenta uma distribuição contínua.
Presença na Universidade de Aveiro:
Na Universidade de Aveiro pode ser observado durante a noite a voar sob candeeiros, onde se alimenta dos insetos que são atraídos pela luz.
Descrição:
O morcego-anão é um dos mais pequenos e comuns quirópteros da Europa. Pode atingir até 8,6 cm de comprimento, dos quais cerca de 3,6 cm correspondem à cauda. Apresenta orelhas curtas, de formato triangular, com as pontas arredondadas e 4 a 5 pregas transversais. O focinho é curto e castanho-escuro, tal como as orelhas e as membranas alares (membranas finas que unem os dedos dos morcegos, formando as "asas"). O pelo é espesso, com coloração castanho-escura ou castanho-avermelhada no dorso e amarelo-acastanhada a cinzento-acastanhada no ventre. O seu grupo fónico situa-se nos 46 kHz.
Indícios de presença:
Os sinais sonoros que emite com uma frequência de 46-55 kHz e duração de 4-6 milissegundos, utilizados para ecolocalização, poderão ser o indício que mais facilmente identifica este morcego.
Habitat e ecologia:
É um morcego comummente encontrado em ambientes urbanos, estando adaptado a ocupar fendas nas paredes de edifícios, outdoors, pontes e outras estruturas citadinas, bem como caves e adegas. Pode também ser encontrado em áreas florestais, onde ocupa o interior de troncos ocos ou grutas, embora as evite nas estações mais frias.
Dieta:
A dieta está dependente do meio e das presas disponíveis. Captura uma grande diversidade de presas de pequeno tamanho, principalmente invertebrados, desde borboletas noturnas, mosquitos, moscas, efémeras, coleópteros, a insetos aquáticos.
Reprodução:
A época de cópulas ocorre no final do verão e prolonga-se até ao início do outono. As fêmeas armazenam o esperma no útero até à ovulação, com a fecundação a ocorrer, geralmente, em abril. As crias nascem entre junho e julho, em ninhadas de cerca de dois indivíduos, permanecendo aos cuidados da progenitora e de outras fêmeas em colónias de criação, que podem albergar milhares de animais. As crias começam a voar entre as 3 e as 4 semanas de idade. As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 2 e os 3 meses de vida, os machos atingem a maturidade sexual no ano seguinte.
Organização social:
É uma espécie gregária, isto é, forma grupos estruturados por um determinado período . No caso do morcego-anão, são as fêmeas que se agrupam na época de cria ou para hibernarem. Os machos são normalmente solitários e circulam nas proximidades destas colónias.
Comportamento:
São animais noturnos e sedentários, realizando curtas deslocações para se alimentar (cerca de 5 km), retornando sempre ao seu abrigo em poucos dias. Podem ser observados a alimentar-se em meio urbano, junto a zonas artificialmente iluminadas e em planos de água.
Longevidade:
Na natureza vivem em média até aos 4 anos, contudo já foram registados indivíduos com cerca de 17 anos.
Ameaças:
Apesar de abundante e amplamente distribuído, o morcego-anão enfrenta ameaças associadas à fragmentação do habitat, à construção de parques eólicos, e à perda de elementos de paisagem como sebes e pequenas áreas florestais, o que provoca uma diminuição da abundância das suas presas e o aumento do risco de colisão com veículos. Pode ainda ser predado por aves de rapina noturnas, como a coruja-das-torres (
Tyto alba) ou por gatos errantes.
Estatuto de ameaça:
Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental – Pouco preocupante
IUCN – Pouco preocupante
Diretiva Habitats – Anexo B - IV
Convenção de Berna – Anexo III
Convenção de Bona – Anexo II
Tendência populacional – Estável
Curiosidades:
São capazes de ingerir até 3000 insetos por noite, tornando-os importantes agentes no controlo de pragas.