Animais
Anfíbios → Pelophylax perezi (López-Seoane, 1885)
Nome vulgar:
Rã-verde
Família:
Ranidae
Origem e distribuição:
Distribui-se por toda a Península Ibérica e pelo sul de França, excetuando regiões altas como os Pirenéus. Em Portugal ocorre em todo o território continental, à exceção de algumas zonas de elevada altitude da Serra da Estrela.
Presença na Universidade de Aveiro:
Na Universidade de Aveiro pode ser encontrada em tanques, como o existente nas proximidades do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica.
Descrição:
A rã-verde geralmente não ultrapassa os 11 cm de comprimento, apresenta uma cabeça arredondada ou afilada com olhos salientes. A pupila é horizontal, elíptica e a íris dourada. Os tímpanos bem visíveis de tonalidade acastanhada ou amarelada. Os membros posteriores são robustos com os dedos unidos por membrana interdigital. A pele é lisa ou levemente verrugosa, de coloração dorsal esverdeada ou acastanhada (por vezes bastante escura), com manchas escuras, verdes ou pretas, com disposição desigual e, o ventre é esbranquiçado com machas acinzentadas de tamanho irregular. Frequentemente apresenta uma linha vertebral de cor verde clara ou amarelada e duas pregas glandulares dorso-laterais amareladas ou acastanhadas. As fêmeas são maiores que os machos. Os machos apresentam sacos vocais que formam pregas de cor acinzentada quando em repouso.
Habitat e ecologia:
É uma espécie dependente de água, aparecendo associada a massas de água. Apresenta baixa seletividade na seleção das massas de água, podendo ser de todo o tipo, independentemente das áreas ao redor (charcos, tanques, lagos, pântanos, zonas florestais e até mesmo em zonas urbanizadas).
Dieta:
Quando adulta alimenta-se de invertebrados como formigas, lesmas, caracóis, percevejos, moscas, aranhas e minhocas, podendo ainda alimentar-se de alguns vertebrados como pequenos peixes e anfíbios da mesma, ou de outras espécies. As larvas são herbívoras e detritívoras, alimentando-se de restos vegetais e matéria orgânica em decomposição.
Predadores:
Apresenta uma grande variedade de predadores, entre eles estão répteis como a cobra-rateira (
Malpolon monspessulanus) ou cobras-de-água (
Natrix astreptophora e
Natrix maura), mamíferos como a lontra (
Lutra lutra) ou o toirão (
Mustela putorius), diversas aves como rapinas ou cegonhas-brancas (
Ciconia ciconia), alguns peixes, crustáceos como o lagostim-vermelho-do-Louisiana (
Procambarus clarkii) e, por anfíbios, onde estão incluídos os da própria espécie.
Reprodução:
A fase reprodutiva dá-se na primavera e pode estender-se até ao verão, estando dependente das condições de temperatura e precipitação. Nesta fase do ciclo de vida, os machos, que são territoriais, cantam ruidosamente em grupo dentro das massas de água. Este fenómeno é mais comum durante o período da noite entre os meses de março e novembro. Após o amplexo axilar, a fêmea é capaz de depositar milhares de ovos (800 a 10.000) que ficam em vários aglomerados entre a vegetação aquática. Os ovos desenvolvem-se e eclodem após 15 dias e as larvas sofrem metamorfose ao longo de 2 meses. Os juvenis atingem a maturidade sexual ao segundo ano de vida e podem ter uma longevidade de 10 anos.
Comportamento:
Os indivíduos desta espécie estão ativos durante todo o ano e exibem atividade diurna e noturna. Nos meses mais frios estão ativos maioritariamente durante o dia e podem ser vistos a tomar banhos de sol na vegetação que rodeia as massas de água onde ocorrem. Sempre que se sentem ameaçados saltam para a água, onde se enterram no lodo do fundo, sendo este o seu principal mecanismo de defesa. Nos meses mais quentes tendem a estar mais ativos durante a noite, podendo ser vistos dentro de água e entre a vegetação aquática.
Ameaças:
As maiores ameaças que esta espécie enfrenta são a perda de habitat, a poluição da água e a introdução de espécies invasoras como o lagostim-vermelho-do-Louisiana.
Estatuto de ameaça:
Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal – Pouco Preocupante;
IUCN – Pouco preocupante;
Diretiva Habitats – Anexo B-V;
Convenção de Berna – Anexo III;
Tendência populacional – Em declínio;
Curiosidades:
Numa mesma massa de água é possível que todos os indivíduos apresentem fenologias diferentes.