Imagem de espectrograma de morcego-pigmeu
Imagem de espectrograma de morcego-pigmeu

Animais
MamíferosPipistrellus pygmaeus (Leach, 1825)


Nome vulgar:
Morcego-pigmeu

Família:
Vespertilionidae

Origem e distribuição:
A espécie P. pygmaeus foi diferenciada recentemente de P. pipistrellus, por esse motivo ainda existem alguns detalhes em falta acerca da distribuição desta espécie. Encontra-se amplamente distribuída por toda a Europa, podendo ser encontrada no norte, sul e em algumas regiões da Europa central. A sua presença foi ainda confirmada também no Médio Oriente, sendo desconhecida no leste da Ásia. Em Portugal ocorre de forma contínua.

Presença na Universidade de Aveiro:
Na Universidade de Aveiro, é possível avistá-lo durante a noite a voar em torno dos candeeiros a alimentar-se dos insetos que são atraídos pela iluminação.

Descrição:
O corpo do morcego-pigmeu mede entre 3,6 e 5,1 cm de comprimento, com uma cauda que varia de 2,3 a 3,6 cm de comprimento. Pesa cerca de 5 g, a coloração do dorso é castanho-avermelhada e o ventre é amarelo-acastanhado. As asas são curtas e têm uma envergadura que varia entre 19 e 23 cm. O focinho é curto e de cor castanho-escuro, tal como as membranas alares e as orelhas. Os membros posteriores e a membrana caudal são desprovidos de pelo. O grupo fónico é de 55 kHz.

Indícios de presença:
As vocalizações que emitem para a ecolocalização, com frequências entre 50 e 65 kHz, são o indício de presença que mais facilmente permite detetar a espécie.

Habitat e ecologia:
Adapta-se a uma grande variedade de habitats, preferencialmente húmidos, desde áreas urbanas, rurais e/ou florestais. Prefere locais próximos de massas de água, como rios e lagos, e pode ser encontrado em fendas de rochas e de árvores, cavernas, sob telhados de edifícios e pontes.

Dieta:
Preda principalmente invertebrados, como mosquitos, moscas, borboletas noturnas, abelhas, vespas, escaravelhos ou efémeras. As presas são capturadas através de mergulhos rápidos durante o voo, estando a abundância de alimento dependente da época do ano e do habitat em que o morcego ocorre.

Reprodução:
A época de reprodução ocorre no final da primavera, quando as fêmeas formam maternidades que podem albergar milhares de indivíduos. O nascimento da prole ocorre entre o final de maio e o início de junho. As fêmeas originam até duas crias que permanecem sob os cuidados da progenitora durante as primeiras quatro semanas de vida. Com cerca de seis semanas tornam-se independentes, as fêmeas atingem a maturidade sexual no primeiro outono após o nascimento, enquanto os machos apenas no início do segundo ano de vida.

Organização social:
As fêmeas são sociais e vivem em grandes colónias, especialmente durante a reprodução, enquanto os machos tendem a ser solitários, mas a sua atividade ocorre nas proximidades das colónias. As maternidades podem abrigar centenas ou mesmo milhares de indivíduos, sendo ligeiramente maiores que as de Pipistrellus pipistrellus.

Comportamento:
É uma espécie noturna e sedentária, pode realizar pequenas migrações para se alimentar até 12 km de distância do abrigo que ocupa. É muitas vezes avistada a caçar ao longo das margens de cursos de água ou em áreas urbanas em torno de luzes artificiais.

Longevidade:
A longevidade média desta espécie ainda não está bem estabelecida, contudo, é estimada entre os 4 e os 5 anos, dada a semelhança com outras espécies de morcegos de pequeno porte.

Ameaças:
As principais ameaças desta espécie estão associadas às colónias de maternidades, uma vez que tendem a ser encontradas em edifícios urbanos, tornando-se vulneráveis à ação antropogénica, como remodelações, tratamentos dos edifícios com químicos, ou até mesmo, pela utilização de venenos. Em ambiente rural, as ameaças passam pela degradação de abrigos e habitats ripícolas e pela presença de fármacos nas águas e nos solos, o que afeta a diversidade e abundância de presas.

Estatuto de ameaça:
Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental – Pouco preocupante IUCN – Pouco preocupante Diretiva Habitats – Anexo B - IV Convenção de Berna – Anexo II Convenção de Bona – Anexo II Tendência populacional – Desconhecida

Curiosidades:
Na década de 90 do século XX, a espécie foi separada de Pipistrellus pipistrellus com base em estudos genéticos e acústicos.