Nome vulgar:
Rato-das-hortas
Família:
Muridae
Origem e distribuição:
O rato-das-hortas é uma espécie endémica da região circum-mediterrânica ocidental, ocorrendo no norte de África (de Marrocos até ao norte da Argélia e da Tunísia até ao norte da Líbia) e no sudoeste Europeu (sul de França, grande parte da Península Ibérica e Ilhas Baleares). Pode colonizar até 1800 m acima do nível médio da água do mar.
Presença na Universidade de Aveiro:
Na Universidade de Aveiro encontra-se no terreno aberto junto à pista de atletismo.
Descrição:
O rato-das-hortas é um roedor de dimensões ligeiramente inferiores às do rato-caseiro, pesa entre 12 e 21 g e mede 19 a 24 cm de comprimento, desde a extremidade do focinho à da cauda. O pelo do dorso é castanho-acinzentado e o do ventre é cinza-claro ou branco, existindo uma clara quebra de cor, bem definida nos flancos. A cauda é bicolor e o seu comprimento é usado para distinguir esta espécie do rato-do-campo, por ser inferior ao comprimento da cabeça em conjunto com o corpo.
Indícios de presença:
As pegadas e os excrementos de
M. spretus são de difícil deteção devido às suas reduzidas dimensões. Contudo, podem ser encontrados crânios desta espécie em egagrópilas deixadas nas proximidades de poleiros de rapinas. As tocas construídas no subsolo num emaranhado de túneis e galerias, também denunciam a sua presença.
Habitat e ecologia:
Ocorre em regiões com alguma humidade e vegetação rasteira típica do clima mediterrânico. A necessidade de água é baixa, quando comparada à de roedores com dimensões semelhantes. Prefere espaços abertos e pedregosos, que apresentem herbáceas, como culturas de sequeiro, ocorrendo ainda em matagais secos e em pinhais. Normalmente, evita habitações humanas.
Dieta:
Alimenta-se de uma grande variedade de recursos, dependendo da disponibilidade ao longo do ano. Pode consumir frutos, sementes, raízes, caules e folhas de onde extrai grande parte da água de que necessita para a sua sobrevivência. Como complemento à dieta, pode capturar insetos e pequenos invertebrados.
Reprodução:
A época de reprodução desta espécie está dependente do fotoperíodo e da temperatura. Por norma, reproduz-se de março a outubro e pode ter várias ninhadas na mesma época de cria. A gestação tem uma duração de aproximadamente 21 dias. As ninhadas são constituídas por 2 a 10 crias (geralmente 5) que atingem a maturidade sexual entre o mês e meio e os 2 meses de vida.
Organização social:
Vivem em colónias familiares constituídas normalmente por um macho e duas fêmeas, no entanto, dependendo do habitat, poderá apresentar números superiores de indivíduos. As associações macho/macho e macho/fêmea prevalecem sobre as associações fêmea/fêmea. As áreas vitais, que defendem agressivamente, dependem da disponibilidade de recursos presentes no habitat.
Comportamento:
A atividade é principalmente noturna principalmente no verão e na época de reprodução, podendo ter picos de atividade durante o dia nos meses de inverno. Pode percorrer 20 a 100 metros por dia, em percursos sinuosos ou lineares de acordo com as diferentes probabilidades de exposição a predadores.
Longevidade:
Os indivíduos desta espécie raramente ultrapassam os 15 meses de vida. São presas de várias espécies de mamíferos carnívoros, cobras e aves de rapina diurnas e noturnas.
Ameaças:
É uma espécie bem adaptada e não apresenta grandes ameaças.
Estatuto de ameaça:
Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental – Pouco preocupante
IUCN – Pouco preocupante
Tendência populacional - Estável
Curiosidades:
O rato-das-hortas é das únicas espécies de roedor que se conhece que limpa e remove os dejetos do interior das tocas e dos locais por onde se desloca.